quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Viva!


Em um piscar de olhos tudo muda. Em um belo dia ensolarado, você acorda e de repente não é mais como antes. E aí? O que você fez pra sua vida? Quantos títulos conquistou? Quanta fama e dinheiro fez? De repente nada disso mais importa.
Você simplesmente pode sair de manhã e não voltar mais. Quantos abraços não foram dados? Ou "eu te amo" ditos? Você já parou para pensar nisso? Aquela faculdade que você lutou tanto para entrar, aquele emprego dos sonhos, aquela namorada perfeita. Tudo levados, de um dia para outro.
Quantas contas ainda não foram pagas e aquele episódio tão esperado da novela assistido? E aquela sua série favorita que você estrearia a próxima temporada amanhã? Tudo isso não importa mais. Sabe aquela roupa maravilhosa que você guardou para utilizá-la naquela festa sábado? Então, você nunca mais usará, e tudo isso de uma hora para outra.
Não dá pra premeditar, a nossa única certeza é que um dia vai acontecer, quando e como já não se sabe.
Então, se quiser beijar, beije! Se quiser abraçar, abrace! Se amar, fale! Comprou algo? Use. Se arrependeu? Se desculpe. Sentiu falta? Demonstre. Tem vontade de pular de para-quedas? Pule. Viaje. Experimente aquela comida que você tanto tem vontade. Vá a lugares chiques de vez em quando, experimente coisas novas. Aja agora, antes que comece a ficar tarde, e a gente nunca sabe quando ficará tarde, porque quando vemos, simplesmente já foi. O "tarde demais"vem sem nenhum aviso prévio,  assim, de uma hora para outra. Um acidente de carro, um assalto à mão armada, uma doença, ou uma simples fatalidade como escorregar no banheiro, tudo acontece tão rápido. E pode ter certeza de que ninguém está imune, não importa se você é o prefeito da cidade, um cantor famoso, um médico renomado ou simples operário, pode acontecer em um minuto, daqui horas, dias ou anos. Mas, vai acontecer! E você não vai estar preparado, porque ninguém nunca está.
Você deixará família, amigos, deixará o IPVA ainda pra ser pago, abandonará seu cachorro, a família não terá mais aquela pessoa pra fazer aquela lasanha deliciosa no domingo. Suas roupas serão doadas, sua poltrona favorita será ocupada por outra pessoa. Você não passará de uma mera lembrança.
Então se esforce pra deixar ao menos lembranças boas, para que lembrem de você e pensem: "Ele se foi, mas viveu!". Viva tudo o que você quiser viver, a vida é sua e só temos essa chance uma vez, antes de irmos morar para sempre com o Pai.
Isso é tudo subjetivo né? Um dia você é uma pessoa importante, um ator famoso, um astro de Hollywood, um jogador de futebol, um político influente e no outro você não passa de matéria orgânica em decomposição. Somos tão impotentes. Não sabemos se vamos voltar para casa, se vamos dormir e acordar no dia seguinte. Não sabemos nada. O que sabemos apenas é o que já aconteceu, que não pode ser mudado, as nossas falas e ações, o passado. E o nosso presente anda de mão dada com o passado, porque em um único segundo, aquele momento já virou passado.
É por isso que devemos viver o presente como se fosse único, porque nunca sabemos quando esse momento se tornará o último. Devemos viver o presente como se ele fosse de fato o que ele é: um presente. Um presente de Deus para as nossas vidas.

Texto escrito durante minha aula de CFC em 03/09/2014 Quarta-feira às 21:50hs.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Eu não consigo mais lutar contra este sentimento.

"E eu não consigo mais lutar contra este sentimento,
Eu esqueci pelo que comecei a lutar.
Está na hora de trazer este navio para a praia,
E jogar fora os remos."

Pois eu não consigo mais lutar contra este sentimento.

Está na hora de jogarmos fora os remos e se render ao mar, abandonar os navios e não ancorar. Está na hora de se arriscar, não se importar com o que vamos encontrar no mar, devemos nos preocupar em conseguir nadar, nadar juntos. Isso é o mais importante.
Eu só peço que tente nadar comigo, no mesmo ritmo, se ver que estou me afogando, por favor, me ajude, me traga de volta à superfície, porque eu juro que farei o mesmo com você.

Se eu parecer estar cansada, por favor, tenha paciência, diminua o ritmo ou pare se for preciso, porque é exatamente o que eu faria por você.

Eu tenho noção de que não será fácil, será uma longa trajetória, teremos que nadar muito para chegarmos na borda do mar, para encontrar a areia quente e água de coco geladinha. Para isso é preciso nadar, nadar juntos, uma braçada de cada vez, pois não chegaremos ao final se quisermos pular o meio, e nesse meio é preciso paciência. A vontade de desistir pode parecer grande, mas não podemos desistir, porque se desistirmos, vamos nos afogar e morrer. E eu sei que juntos podemos fazer isso, podemos ser o apoio um do outro, podemos nos sustentar, basta querer. Basta nadar.

Pois eu não consigo mais lutar contra este sentimento.

Eu não quero mais lutar contra este sentimento, quero me entregar à ele e deixar que ele me mostre tudo o que eu posso ser, tudo o que eu posso ser com você. Você sempre me traz de volta a superfície.
Então vamos parar de lutar, vamos nos entregar ao mar, jogar fora os remos e nadar.

No final, eu tenho certeza de que a vista será linda e todo o nosso esforço valerá a pena. Pois por você vale a pena.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Me ensine a dançar de novo



Você chegou tão de repente e transformou minha vida de um dia para outro. Em um momento lá estava eu, uma mera dançarina sentada em um banco qualquer, você se aproximou de mim e me convidou a dançar.
Fiquei confusa, fazia tempo que eu não dançava, mal lembrava de passos básicos, mas você não se importou, me guiou devagar, me conduziu pelo salão e aos poucos me fez a melhor dançarina de todas.
Todos os meus dias se encheram de luz, brilhavam como os olhos de uma criança que acabara de receber um pirulito, aos poucos fui aperfeiçoando meus passos e me vi praticando alguns que nunca pensei poder dançar.
Você me transformou, há muito tempo eu pensei que não poderia mais dançar, que talvez já estivesse enferrujada para isso, mas você me mostrou o contrário.
Você sempre acreditou em mim, sempre viu o melhor em mim, você me disse que me observava de longe e sempre se questionava sobre o porquê de eu não dançar.
Agora eu percebi que posso. Eu posso ser a melhor dançarina do mundo se eu tiver você do meu lado, se você me conduzir na pista, e se por algum momento eu cansar, que você possa sentar na mesa comigo e depois de um tempo me convidar a dançar de novo.
Há muito tempo eu não sabia o que era isso, há muito tempo eu não dançava como agora.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Agora é sério


Esse é o meu último texto para você, ou sobre você, tanto faz.
Decidi desistir de vez, não como das últimas vezes que em questão de tempo voltávamos a ser como antes, bastava um bom dia, um largo sorriso e era como se nada tivesse acontecido. Que boba eu era, você provavelmente ria de mim em todas essas vezes, devia achar que me tinha nas mãos o tempo todo, e de certo modo tinha mesmo. Mas não mais.
Eu amadureci queridinho, não sou mais aquela menininha que você tratava como ioiô, dessa vez eu prometi para mim mesma que se você o jogasse, ele não retornaria mais, e adivinhe o que aconteceu? Você comprou o ioiô, escolheu minuciosamente o que mais lhe agradasse, cuidou dele, amarrou em seu dedo, prometendo nunca mais soltar, e em um belo dia, você não aguentou a vontade de brincar com o seu brinquedinho, ainda amarrado em seu dedo, você o jogou, pensando que, como todas as vezes ele subiria de volta para você.
Mas, não foi assim. Eu desisti. Me desvencilhei da sua mão e te deixei sozinho, não pareceu tão legal brincar agora não é mesmo?
Não, o seu brinquedo não estava quebrado, como muitas vezes eu cheguei a pensar, que talvez você o tivesse quebrado, mas não é verdade, ele não quebrou, mesmo tendo caído no chão tantas vezes,  agora evoluiu, criou vida própria e resolveu quem seria seu dono, e você foi eleito um péssimo jogador.
Eu não voltarei mais para você, já escolhi e agora é sério. Se vai ser difícil? Você nem imagina o quanto. Mas, vai ser melhor assim, sem dúvidas nenhuma.
Esse é o último texto para você, ou sobre você, que seja. Você nunca leu nada que eu escrevi para você mesmo, então tanto faz.

Era um domingo assim...


Era um domingo. Um desses dias chatos, em que não tem absolutamente nada para fazer, onde você fica no seu quarto praticamente o dia todo, olha para as paredes e para o teto e começa a pensar em quão deprimente será a segunda-feira.
Era um domingo assim, eu já tinha me preparado para assistir uma secessão de filmes do Harry Potter, trancada no meu quarto e tomando chocolate quente.
Esses eram meus planos para aquele chato e insuportável domingo.
O telefone tocou, minha amiga me chamando desesperada para sair, eu não estava nenhum pouco afim, queria curtir sozinha a minha melancolia de domingo. Mas, ela insistiu, insistiu tanto que acabei cedendo, terminei meu chocolate quente e fechei o notebook, assistir pela milésima vez os filmes de Harry Potter teria que ficar para outro dia, quem sabe para o próximo domingo?
Eu me troquei, sem vontade nenhuma. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e  meio frouxo, coloquei o primeiro shorts que vi pela frente e minha camiseta preta preferida, calcei meu coturno preto e coloquei uma jaqueta vermelha de coura por cima. Passei lápis nos olhos, rímel e um vibrante batom vermelho nos lábios.
Pronto, estava pronta. Minutos depois minha amiga chegou e fomos juntas para o passeio que ela estava tão empolgada.
Chegando lá me deparei com três garotos. O primeiro era um amigo meu, eu o conhecia há anos, minha amiga e ele resolveram estar juntos, de uns dias para cá, tudo muito confuso, mas aceitável. Eles sempre formaram um casal lindo, desses  de contos de fadas.
O segundo garoto era simples, estava em pé, conversando com umas criancinhas que estavam brincando por perto e querendo ajuda em alguma coisa.
E o terceiro garoto, bom o terceiro garoto era singular, tinha uma aura tranquila e ao mesmo tempo vibrante, ele estava sentado no chão, com seu violão no colo e cantando baixinho alguma música, que não reconheci de imediato qual era.
Quando chegamos mais perto, minha amiga foi me apresentando os meninos que eu ainda não conhecia, o segundo menino era doce, desses que te faz sentir bem só por estar no mesmo ambiente que o seu, tive a impressão que eu poderia passar horas conversando com aquele menino sem me cansar.
O terceiro menino era diferente, ele olhou para cima e me encarou com seus olhos verdes brilhantes, eu tinha certeza de que podia ver sua alma através de seus olhos, ele me encarou pelo que pareceu bastante tempo, tempo suficiente para me fazer corar.
Ele me deu um sorriso, achando graça disso.
Foi tudo bem descontraído, o menino de olhos brilhantes tocava violão e cantava, sua voz era a coisa mais bonita e harmoniosa que eu já tinha ouvido. Era tão tranquila, baixa, sem nenhum exagero, era natural, uma voz que você não consegue parar de ouvir, que fica ecoando na nossa mente por horas, dias.
Droga, não posso gostar tanto assim dessa voz.
Já estava escurecendo quando o segundo menino disse precisava ir embora, pois havia pegado emprestado o carro de sua mãe, e ela precisaria dele em alguns minutos. Ele se despediu e perguntou se o terceiro menino não iria com ele, já que eram vizinhos e haviam ido juntos até lá. O menino com os olhos mais verdes que eu já vi, me fitou por um breve instante e falou que queria ficar mais um pouco, que depois iria de ônibus ou de qualquer outra coisa.
Aquilo fez meu coração palpitar, o porquê disso eu também não sei.
Ficamos mais um tempo daquele jeito ouvindo música, conversando sobre alguma coisa aleatória e insignificante
O sol já estava começando a se pôr. Minha amiga e meu amigo começaram a se beijar, enquanto eu continuava sentada olhando para o pôr do Sol, o terceiro menino me olhava com  intensidade e me chamou para perto dele, eu não cogitei e nem pensei duas vezes e fui para o seu lado, ele me pegou pela cintura e me abraçou de lado e comentou sobre como o pôr do sol era lindo.
Antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, eu estava envolvida em um beijo quente, demorado, e tinha suas mãos envolvendo firmemente a minha cintura.
Naquele momento, eu não pensava em nada, só em que eu não queria que aquele momento acabasse, queria continuar daquele jeito para sempre. Estava tão bom.
Quando nos soltamos, sem fôlego, percebemos que o outro casal havia nos dado privacidade e já estavam bem longe, andamos mais um pouco, ambos ainda com o coração acelerado. Ele me jogou contra uma parede e começamos uma nova sucessão de beijos e carinhos. Cara, ele tinha pegada. E como tinha.
Suas mãos eram firmes, rápidas e gentis ao mesmo tempo, explorava cada parte do meu corpo.
Minutos depois minha amiga nos encontrou, sua mãe havia ligado avisando que chegaria em breve para nos buscar, sem vontade nenhuma eu me despedi daquele príncipe de olhos verdes, dei-lhe um último beijo bem demorado e soltei-o.
Vi que ele sorria, com aqueles dentes brancos e perfeitos, que pareciam que tinham acabado de sair de um comercial da Colgate.
Entrei no carro, ainda eufórica.
Cheguei em casa e deitei na cama. Pela primeira vez, o domingo não era um dia chato, pela primeira vez eu queria que um domingo não acabasse.
Era um domingo. Um desses dias que tem tudo para ser chato, mas que te surpreende e se transforma em fantástico. Era um domingo assim.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Não ligo

Eu não sou dessas garotas clichês, super romântica, cheia de drama e com uma história comovente para contar. Sou uma garota comum, nem um pouco melosa e tão pouco, carente.
Não ligo para flores ou chocolates em encontros, o fato de ter me convidado já está ótimo. Não digo "eu te amo" na primeira vez que saio com um cara, e nem vou falar na segunda ou na terceira vez. Só falarei "eu te amo" se eu realmente amar.
Pra mim, está tudo bem se ele escolher o filme e não vou me sentir mal por ele pagar a pipoca. Não ligo se ele não tiver carro, se fizer questão de me acompanhar de ônibus até a minha casa. Não terei ciúmes bobos por suas amigas, se ele apresentá-las à mim. Não ligo se desmarcar um encontro, se tiver uma boa justificativa para isso. Não ligo se não disser que me ama de um em um minuto, se demonstrar isso de outra forma. Não ligo se esquecer o nosso aniversário de namoro, se fizer cada dia ser tão especial quanto. Não ligo se me ligar às 2 horas da manhã para me desejar uma boa noite, vou achar bonitinho até. Não ligo se ele estiver triste desde que compartilhe comigo e me deixe ajudar ou chorar junto. Não ligo se for à alguma festa sozinho, se por algum motivo eu não puder ir.
Eu não ligo se me chamar para ajudar a escolher uma gravata que combine com o terno, nem de ir fazer compras com a sua mãe. Não ligo de brincar de boneca com a sua irmãzinha ou dar conselhos pro seu irmão pentelho.
Mas eu ligo, ligo se mentir para mim, porque eu nunca mentiria pra você. Ligo se me comparar com qualquer outra menina, porque eu nunca o compararia com outro. Ligo se me prometer algo que não poderá cumprir. Ligo se espalhar algum segredo meu. Ligo se começar a agir como um idiota. Ligo se me fizer me sentir uma idiota. Ligo se me decepcionar. Ligo se me fizer chorar.
Eu ligarei sim, se você me fizer me apaixonar por você, se você não se apaixonar por mim também. Eu ligarei se você me fizer entrar em um barco em que você não esteja pronto para entrar também.

sábado, 5 de julho de 2014

Malditas borboletas


Você demora tanto tempo para tentar esquecer e aí você o vê. Todas aquelas lembranças que você tentou, inutilmente, esquecer ressurgem como um balde de água, parecendo que está rasgando o seu coração. Seu coração acelera, aquelas borboletas, malditas borboletas, reviram seu estômago. Você o vê chegando devagar, e a medida que se aproxima seu coração bate cada vez mais rápido.
Ele chegou perto o suficiente, não dá mais para virar e fingir que não o viu, ele já te pegou olhando em sua direção. E abriu um largo sorriso por isso, droga, aquele sorriso não.
Tá, e agora? Você o cumprimenta? Dá um beijinho no seu rosto? Abraça, somente acena ou passa batido? O ruim é lembrar que essa dúvida nunca lhe ocorreu quando o encontrava, você sempre dava aquele abraço de urso, que ele retribuía da mesma forma, e como ele sempre foi bem mais forte que você, era você quem era a mais apertada, que sensação boa aquela, de estar naqueles braços quentinhos. Dava depois um beijinho em seus lábios, e que lábios. Era tudo tão natural. Agora as coisas mudaram, tudo mudou. Você mal sabe da vida dele e ele da sua, vocês não conversam mais como antigamente e se tentam, ficam horas tentando achar algum assunto. Isso é horrível né? Pensar que à algum tempo atrás isso nunca ocorreria, vocês sabiam tudo um do outro, conheciam-se mais do que a vocês mesmos, assunto era o que não faltava, faziam brincadeirinhas bobas, se xingavam, se abraçavam, discutiam e imediatamente estavam rindo de novo, sem nem se lembrarem do motivo da última briga. Podiam ficar horas e horas conversando sem se cansarem, mas agora não, tudo está diferente. Ambos mudaram, ambos evoluíram, já não acham que o mundo é tão perfeito e pequeno como pensavam, agora eles perceberam que o esforço que o destino fez para separá-los teve um propósito. Acho que realmente não era para ficarem juntos.
Ele se aproximou mais, olhou-a por um breve instante, ela sentiu seu rosto mudar para um olhar melancólico e triste. Percebeu que ele tinha a intenção de falar alguma coisa, mas, antes que ele pudesse fazer ou falar qualquer coisa foi mais rápida, simplesmente deu um aceno com as mãos e continuou a andar na direção oposta.
Assim que fez isso se arrependeu instantaneamente. vire para trás, corra atrás dele, não o deixe ir outra vez alguma voz gritava em sua cabeça. Mas, dessa vez ela foi forte, manteve seu ritmo, mesmo que as lágrimas começassem a descer pelo seu rosto.
Foi a melhor opção!